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Divisão de Saúde Militar preocupado com o estado dos seus serviços nas Unidades Militares.

delegação da Divisão Central de Saúde Militar durante o encontro com os técnicos da Marinha Nacional

No quadro do plano de melhoramento dos Serviços de Centros de Saúde Militar nas diferentes Unidades do país, a Divisão Central dos Serviços de Saúde Militar, liderado pelo seu Chefe, Capitão-de-mar-guerra, Quinhim Na N´Tote, iniciou no dia 5 do mês em curso, uma visita de trabalhos aos três Ramos das Forças Armadas e Unidades Independentes, com vista a inteirar in loco, o estado de funcionalidade destes Centros, desde os avanços, dificuldades da ordem administrativa, situações do saneamento dos aquartelamentos e das suas estruturações.

Em representação do Chefe do Estado-Maior da Marinha, o seu Chefe do Gabinete 2º Tenente Dan Na Brenha prometeu servir de canal para a transmissão de todas as recomendações e conclusões saídas durante a visita à Direção Superior da Marinha, acreditando que posteriormente serão tomadas medidas adequadas para colmatar as dificuldades a medida do possível.

Com início no Estado-Maior d´Armada, o Chefe da Divisão Central de Serviços de Saúde Militar, Capitão-de-mar-guerra, Quinhim Na N´Tote disse que o Chefe do Estado-Maior Marinha tem um papel importante no desenvolvimento do Serviço de Saúde Militar, assim como no controlo financeiro e administrativo desta instituição de saúde, onde as exigências impostas devem ser observadas como o cumprimento das directrizes do Chefe máximo da Marinha, sendo ele o primeiro responsável deste Centro, visto que este Centro só tem a colaboração no domínio técnico com a Divisão Central.

Quinhim Na N´tote observou que, na realidade o referido Serviço de Saúde, funciona sem fundos de maneio e não tem angariado fundos internos para a sua autogestão e desenvolvimento gradual das suas actividades, pelo que, exortou que este serviço necessita grandemente dos esforços do Estado-Maior da Marinha para o seu bom funcionamento. Propondo assim, ao Estado-Maior General das Forças Armadas, a dispensação duma certa percentagem dos fundos cobrados nas instalações da Marinha para o desenvolvimento das suas actividades, incentivou a criação de uma zona verde a redor do Centro e das residências como forma de apropriar de melhor clima aos militares e pacientes.     

O Chefe dos Serviços de Saúde do Estado Maior da Armada, Capitão-de-mar-guerra, Júlio Nanfatché, garantiu que em termos de funcionalidade tem vindo a desencadear enormes esforços para o seu melhoramento, em que, já realizaram controlo de doenças crônicas não transmissíveis, entre os quais, diabetes e hipertensão arterial aos efetivos da Marinha maiores de 45 anos de idade e, que pretende alargar os diagnósticos para os mais novos de acordo as faixas etária.

Lamentou as dificuldades em termos financeiras que segundo a sua explicação, condiciona negativamente a execução das atividades do seu serviço, apesar de estar a funcionar a meio gás, estando em curso o pagamento das consultas dos pacientes externos como forma de apoiar o desenvolvimento deste Centro de Saúde. Afirma que tais dificuldades têm condicionado o funcionamento do laboratório, da farmácia e deslocação dos seus técnicos para controlo dos seus efetivos nos postos de saúde sob dependência do Estado-Maior da Marinha, isto é, nos postos avançados de Bubaque, Cacheu, Pontom e Cacine.   

Uma das Enfermaria do Centro de Saúde da Marinha

Para o responsável de Estudos, Planificação e Cooperação da Divisão Central de Saúde Militar, Major Marcos Manuel Fanda, disse que está em ação o Núcleo de Formação de Saúde Militar capacitada pela equipa de formadores de Portugal e, também já foram entabulados contatos com as Universidades do país, no sentido de formar e capacitar técnicos de saúde militar e, de mesmo modo tiveram contatos com as ONG´s e entidades civis que operam na área da saúde, no intuito de criar espaços de intercâmbios e trocas de conhecimentos e experiencias de trabalho.

Segundo o 2º Tenente Irineu Nascimento Lopes, Chefe de Serviço Geral de Base Naval, há uma grande necessidade de efectuar reabilitações as instalações do Centro de Saúde Naval que estão em estado avançado de degradação. Segundo as suas declarações, estas acomodações não foram reabilitadas desde a independência por falta de recursos financeiros, solicitando assim o EMGFA que isenta das percentagens das cobranças da marinha para tal fim, pois é actualmente o único fonte de receitas da Marinha de Guerra Nacional.         

Na qualidade de enfermeiro veterano de saúde militar da Marinha, o 1º Tenente Man Nancure, subscreveu as preocupações dos seus superiores, acrescentando que é urgente ultrapassar as dificuldades com que os Serviços de Saúde da Marinha deparam actualmente, principalmente no que diz respeito aos materiais do primeiro socorro, afirmando que em caso de lesões ou traumas dos militares no exercício das suas funções, são obrigados a evacua-los para outros Centros de Saúde ou Hospitais. Nesse sentido, apelou as Chefias Militares que no sentido de pautarem pela formação e capacitação dos jovens como substitutos dos antigos quadro.

Jornalista: Capitão Felismina Gomes da Silva

Foto: Alferes Joaquim Francisco da Costa

13 de Setembro de 2022  

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